Tem algumas coisas que eu não consigo aceitar no Brasil!
Vejamos a matéria EPTC retirou 211 cartões por mau uso em ônibus, publicada no site da Prefeitura de Porto Alegre. Nossa, 211 cartões, alguns usados 300 vezes em um mês! Em um universo de 320 milhões de bilhetes ano, estes números são uma gota no oceano.
Não me entenda errado, fiscalização é fundamental! O problema é o que se faz depois! A matéria não fala nada sobre o que aconteceu com quem foi pego. E o termo não é "mau uso do cartão", mas "fraude". Isto é crime, poxa! Se nem uma punição básica houver, em dois dias o sujeito estará com outro cartão fraudando o sistema. Não precisa meter o sujeito na cadeia, mas no mínimo uma multa gorda é necessária!
Outra coisa chata é o jogo de palavras da prefeitura na matéria. Este termo técnico passageiros é para matar! Me lembra aquela história do Monóxido de dihidrogênio. Algumas palavras possuem um significado leigo bastante estabelecido. Usar termos técnicos homônimos, mas com significados distintos na comunicação ao público é fraude também!
Para esclarecer:
1 Passageiro: 1 adj. não permanente; efêmero. 2 s.m. quem é transportado em um veículo.
2 Passageiro: s.m. <uso técnico> Unidade de uso do sistema de transporte. Equivale a um trajeto realizado no modal por um usuário, seja o trajeto pago ou não.
Sem este contexto, dizer que a cada 100 passageiro 33 não pagam a passagem é totalmente errado. Mais que isto, há uma maracutaia contábil aí! Nestes 33 estão contabilizados isentos, segunda passagem, 50% do tráfego de estudantes e 10% do tráfego integração com o metrô. este cálculo é feito sobre uma deturpação do conceito de passageiro equivalente, conforme explicado aqui.
Enfim, o nível da discussão continua muito baixo!
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